Apesar de já
estarmos quase no mês de novembro gostaria de falar sobre um assunto que foi
tema no mês de setembro, o suicídio. O mês de setembro foi escolhido como o mês
de prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo. Isto dá abertura para refletirmos
sobre um assunto que é tão delicado e tão difícil de ser abordado por boa parte
das pessoas, mas ao mesmo tempo tão presente. Segundo a OMS ocorrem um milhão
de mortes por suicídio por ano, sendo que, para cada morte, existem 26
tentativas. Estes números mostram a importância de se falar mais sobre o
suicídio.
Karina O.
Fukumitsu, em seu livro ‘A vida não é do jeito que a gente quer’ (2016), aborda
de forma clara esta situação: “A constante fragmentação pode desembocar em
crise. A partir da crise, aos poucos a pessoa se afasta de quem conhecia ser.
Destroçada existencialemente, o suicídio surge como possibilidade e, segundo
Shneidman (1993), a pessoa apresenta o tunnel
vision, um pensamento enrijecido de que a morte é a única saída possível
para solucionar seus problemas, representando, portanto, a libertação de seu
sofrimento. Sem se apoderar de sua história e sem se reconhecer mais, afasta-se
do próprio critério e da capacidade de julgar o que é bom ou o que é ruim.
Autoriza, portanto, que o essencial seja desrespeitado, roubado, sequestrado,
violentado, abusado e desvalorizado. Sozinha e isolada, algumas indagações,
tais como, ‘Quem sou eu afinal?’; 1Qual é o sentido de tudo isso?’, passam a
clamar por respostas. Convenhamos que tais questões exigiriam mais tempo, calma
e paciência para serem respondidas, mas a pessoa em processo de morrência não
deseja esperar, por não ter mais tolerância existencial, o que provoca um grau
de sofrimento maior”.

Diante desta
situação, é importante que não façamos julgamentos, não culpemos e não
ofendamos quem está passando por esse tipo de situação, pois a pessoa já está
fragilizada, com sentimentos de inferioridade, submissão e derrota, enfim, uma
dor insuportável. Desse modo, ouvir xingamentos, palavras desagradáveis e
julgamentos, não irão ajudar em nada. Ao contrário, esse momento pede
acolhimento e uma escuta amorosa para que a partir disso, se consiga buscar
ajuda especializada. Pois, por vezes quem está vivenciando esse tipo de
sofrimento não consegue buscar ajuda, e necessita de todo apoio de sua rede de
contato. Por isso, o acolhimento e uma escuta amorosa são essenciais diante
dessas situações.
Por Débora Rafaelli
Psicóloga Existencialista e Arteterapeuta
CRP: 10/3056
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